Sociedade dos Elfos de Valansia, por Brandon Fleivor


ANOTAÇÕES CONFIDENCIAIS DA FACULDADE DE VALMONTE.
Dentre minhas viagens e conversas, investigações e elucubrações, confrontamento de hipóteses com fatos e destes com devaneios da imaginação, sempre me instigou a origem das raças de Valansia. 

Apresento ao leitor erudito que chegou até aqui mais um elemento de erudição fruto de minha sanha por conhecimento.

Neste elementos busco tratar das origens das raças amigas de Valansia, que apresenta origens muito mais exóticas do que comumente acredita-se.

Brandon Fleivor, sob serviço de Theldir e à glória de Artheus, autor do Roubo Eterno.

Pelas minhas andanças entre os reinos, e tendo comerciado e até podido estar nessas plagas e sociedades, escrevo esse pequeno ensaio visando dar a conhecê-los a quem tiver interesse; para que não se surpreendam e não sejam mal educados ao lidar com nossos irmãos da floresta e das montanhas.

Brandon Fleivor, sob as bênçãos de Theldir para a Glória de Artheus, autor do Roubo Eterno. 



A HISTÓRIA ORIGEM DOS ELFOS
Segundo um mui estimado amigo elfo, que ousou partilhar o secretíssimo conhecimento de sua raça, os elfos que conhecemos em Valânsia são frutos da miscigenação com homens. Mesmo o mais puro elfo que vemos pelas terras de Valânsia é fruto da miscigenação de uma raça mais antiga com a humanidade.
Esta raça, cujo nome não me foi revelado, e que chamarei aqui de Protelfos, surgiu de uma terra muito distante, do encontro entre a praia e a floresta.


A descrição a mim dada da paisagem em que viviam era de uma penumbra constante, sem dia nem noite, cortada e alumiada pelas folhas das árvores, pelas estrelas e pela água do mar, contra um céu permanentemente negro; me faz pensar quão distante é está terra. Se está ao norte ou à oeste, ou até, intuo imaginativamente, no céu, como veremos a seguir o motivo, não posso precisar.

Do contato do mar com a praia nasceram então os elfos, de pele verde ou pálida, com cabelo nos tons dourados, ou verde alga, ou algo entre os dois, como algas luminosas. Brotados da areia da praia por entre as árvores e folhas. Estes respiravam a magia do mundo, o sal do mar estava na sua saliva e sangue, e seu hálito era o cheiro da chuva na mata. A magia era para eles como as ferramentas são para os halflings:
Não viviam sem ela. O leitor pode imaginar-se sem roupas? Nem os Protelfos sem magia. Sem talheres ou martelos? Nem os Protelfos sem magia. Sem armas e pergaminhos? Nem os Protelfos sem magia.

Meu interlocutor não sabe precisar quando, mas um dia parte dos elfos viajaram. A floresta que nasceram já tinha sido explorada, restava então o mar de luz contra o pano de fundo negro do céu. Diz ele que os mares que eles navegaram não foram a superfície da água, mas suas profundezas. Navegando nessas profundezas, percebiam que partes delas eram escuras, e partes claras. Havia correntes submersas nos dois tons. Estes elfos navegavam então, submersos, em busca da origem desta luz. E quanto mais avançavam mais esta luz aumentava. A tal ponto que em algum momento sua visão mudou: ficara para trás, águas e florestas que tons de verde, azul, prata e dourado eram os matizes. Revelara-se o amarelo radiante e o verde vivo. O vermelho e o marrom. Aprofundando-se cada vez mais nesta água, emergiram.

Perceba o leitor que a última frase, e muito do relato, confrontam todo nosso conhecimento de ciências físicas e do que conhecemos como águas e mar. Como é possível um navio submergir? Como é possível que nas profundezas, à certa altura, emergissem? Meu estimado amigo não soube responder.
Viram então em todo o esplendor o Sol: a fonte das águas luminosas que alumiavam as aguas de sua terra e consequentemente, as plantas da floresta que dela se alimentavam de sua terra natal.

Navegaram então para aquilo que seria chamado de Vethusia. Onde lá, encantados com as belezas da terra, com o céu que mudava de cor, e com os habitantes que eram mancos de magia. 

Apesar de reservados não evitaram de tomar as mulheres dos homens, nem os homens dos humanos. E desta descendência vieram o que chamamos de Elfos de Valansia. Segundo ele, constituíram seu reino, e depois vieram a Valansia, segundo relatos já conhecido.

Elfos


Um elfo pode firmar compromisso afetivo com até três elfos, e isso ocorre para ambos os sexos.

Então um elfo pode ser esposo de 3 elfas, e essas 3 elfas por sua vez podem ser esposas de, por exemplo mais 1 ou 2 elfos. O limite de 3 familias é a concretização dos laços de Liena. Pelo tempo que vivem não falta tempo para conviver com seus esposos e esposas, ao mesmo tempo que os filhos não sentem saudades dos pais tão cedo, sendo comum estarem com a outra família por meses ou até anos.

Cada compromisso afetivo compõe então uma família, com seus filhos. Toda a sociedade élfica dessa forma está ligada por famílias diferentes que possuem membros em comum, o que explica em parte a harmonia e a economia deles como dada em Valânsia e ainda antes em Vethusia. Todos têm algum meio irmão de outra família, e um elfo cuida de seus cônjuges e filhos, de suas famílias, de maneira igual.

Isso desperta alguns olhares tortos dos artheísas mais dogmáticos enquanto por sua vez os elfos acham uma safadeza duas famílias humanas serem inimigas de morte, e uma grande cidade ter gente que não é parente de alguém algo muito estranho. O mais estranho nessa relação, para os elfos, é ser obrigado a ter apenas uma pessoa. Os devotos de Theldir, a divindade da magia e conhecimento já não exigem monogamia, e partilham com os elfos também o interesse pelo conhecimento e magia.

Mas Artheus partilha com os elfos a ordem, e isso os aproxima das outras raças mais do que as divergências os separam. Por isso a harmonia de laços políticos entre o Rei Adan, a Igreja e o enclave élfico de Ilfirin. Só isso explicaria um enclave que não mantenha-se livre com uma guerra fria.

NEUTROS MAS ORDENADOS
Os elfos mais estudiosos e sua elite sabem a origem de sua raça, e atribuem sua criação à Liena, embora Theldir esteja lado a lado com o conhecimento mais duro e rigoroso dos estudos.

Como Liena é a própria roda da vida eles a veneram como sendo a própria totalidade e equilíbrio, na filosofia de que tudo tem início meio e fim. Ele não são tão sentimentais quanto à morte, e nem com a necessidade de pôr fim a algo cuja duração já excedeu seu tempo.

Neste equilíbrio eles enxergam beleza, tudo deve ser bom e belo, isto é, exatamente ao fim a que se propõe pelo tempo necessário.

Enxergam Artheus como o Deus humano por excelência, mas o consideram bruto, uma vez que à beleza ao ciclo natural e à ordem ele enaltece a ordem.

RELÍQUIAS ÉLFICAS
Como é de conhecimento comum eles podem passar anos numa mesma obra. Isso não os torna ociosos, mas é antes uma manifestação de seu temperamento. O ferreiro elfo faz boas espadas comuns, mas no seu tempo livre ele se dedica principalmente aquela espada, a que se dedica sempre que possível, fazendo, corrigindo, e refazendo inúmeras vezes. Antes de morrer ele deve concluir sua obra, e assim são feitas as relíquias élficas, que recebem o nome de seu criador.



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